A Coragem para liderar
Eng. Rogerio Cardoso
“Mito 3: Eu consigo sozinho”
O “terceiro mito” em torno da vulnerabilidade é “eu consigo sozinho”. Uma linha de defesa que costumo ver com frequência é “não preciso ser vulnerável porque não preciso de ninguém”. Entendo seu ponto de vista. Tem dias em que eu queria que isso fosse verdade.
Fig. 01 - Eu consigo sozinho
O problema, contudo, é que “não precisar de ninguém”, vai “contra tudo” o que conhecemos sobre a “neurobiologia humana.” Somos programados para “ter vínculos”. Desde os neurônios-espelho até a linguagem, “somos uma espécie social.”
Na “ausência” de um “vínculo autêntico”, “nós sofremos”. E quando digo autêntico quero dizer o tipo de vínculo “ que não requer de nós esforço” para sermos “aceitos” nem “mudar” para nos encaixarmos. Investiguei a fundo o trabalho do neurocientista e pesquisador John Cacioppo quando escrevi Braving the Wilderness.
Ele “dedicou a carreira” a compreender a “solidão”, “pertencimento” e o “vínculo” e afirma que nossa força “não advém” do “individualismo rígido”, mas de nossa capacidade de “planejar”, nos “comunicar” e trabalhar em “grupo.”
Nossa constituição “genética”, “hormonal” e “nervosa” aceita melhor a “interdependência” do que a “independência”. Ele explicou: “Crescer até a idade adulta” sendo uma “espécie social”, como o ser humano, não significa se tornar “autônomo e solitário”, e sim “tornar-se o indivíduo” de quem os outros “podem depender.”
Conscientemente ou não, nosso “cérebro” e nossa “biologia” foram “moldados” para favorecer esse “comportamento” (Vínculo). Não importa o quanto gostemos de whiteesnake – e, como muita gente sabe, eu gosto -, “nós realmente não nascemos para andar sozinhos”.
Fonte: Brené Brown
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