Obras Exigem Engenheiros - Mas Equipes Exigem Líderes com Inteligência Emocional
- Rogério Cardoso
- 9 de abr.
- 3 min de leitura
“Um chamado à revisão urgente da cultura da liderança nas construtoras”
1. A Realidade dos Canteiros: Engenharia Técnica Não É o Suficiente
A cena é comum: um engenheiro recém-formado, com domínio de AutoCAD, MS Project e cálculo estrutural, chega ao canteiro de obras cheio de confiança. Mas logo se vê diante de desafios que nenhum software ensina a resolver: um pedreiro experiente que resiste a mudanças, um eletricista que falta sem aviso, um clima tenso entre supervisores (encarregados) de obras.

A curiosidade é: como um profissional tão preparado tecnicamente pode se sentir tão despreparado para liderar?
A resposta está fora da prancheta ou do notebook. O que falta, muitas vezes, é a habilidade de entender as emoções do outro, lidar com conflitos com empatia, motivar a equipe nos momentos difíceis. Ou seja: falta Inteligência Emocional.
Pergunta para você refletir: Você já se sentiu despreparado para lidar com pessoas, mesmo sabendo muito de técnica da engenharia?
2. Equipes Não Seguem Títulos, Seguem Pessoas
Um crachá com o nome Engenheiro Residente não garante liderança. No canteiro, o respeito não é automático — é construído. E quem realmente lidera é aquele que inspira, escuta, orienta e dá exemplo todos os dias.
Curiosamente, muitos engenheiros acreditam que suas decisões serão seguidas apenas por sua autoridade técnica. Mas as equipes observam muito mais o comportamento do que as palavras. A liderança acontece no intervalo do café, no momento em que você resolve um conflito com respeito, ou quando demonstra interesse sincero pela vida do colaborador.
Quer saber o que faz uma equipe realmente dar o sangue pela obra? Não é o salário, nem o cronograma — é a confiança no líder.
Pergunta para você refletir: Sua equipe te segue porque precisa... ou porque confia em você?
3. Por Que a Inteligência Emocional Ainda é Subestimada na Construção Civil?
A formação do engenheiro civil ainda carrega a herança da lógica, do cálculo e do concreto. Emoções? Só aparecem quando o cronograma atrasa ou o cliente reclama. E isso é um erro grave.
Curioso é notar como o setor da construção civil ainda trata inteligência emocional como assunto de RH ou algo subjetivo demais para engenheiros. Quando, na prática, ela é um diferencial competitivo. Engenheiros emocionalmente inteligentes constroem ambientes mais produtivos, têm menos rotatividade e entregam melhores resultados.
A construção civil precisa entender que obra é lugar de técnica, sim — mas também é território de gente, e gente sente.
Pergunta para você refletir: Que espaço você tem dado ao desenvolvimento da sua inteligência emocional?
4. Treinamentos Técnicos São Importantes, Mas Precisamos Urgentemente de Treinamentos Humanos
É essencial dominar normas técnicas, cronogramas e controle de custos. Mas isso só já não basta. A maioria das falhas de gestão nas obras não acontece por erro técnico — e sim por falha de comunicação, falta de empatia e conflitos mal resolvidos.
Imagine se os treinamentos nas empresas abordassem escuta ativa, feedback construtivo, gestão de conflitos, gestão emocional sob pressão. O impacto seria imediato: menos retrabalho, mais engajamento e um clima de confiança entre os times.
Treinar habilidades humanas não é modinha — é uma necessidade urgente. Quem lidera precisa se desenvolver como ser humano, não apenas como especialista.
Pergunta para você refletir: Quantas horas do seu treinamento foram dedicadas a desenvolver sua liderança pessoal?
5. Líderes Que Sabem se Relacionar Constroem Equipes Que Entregam Resultados
O grande segredo de uma equipe que entrega resultado não está só no planejamento. Está na liderança que inspira. Líderes emocionalmente inteligentes criam um ambiente em que as pessoas se sentem valorizadas, compreendidas e motivadas.
E isso não é teoria. Em todas as grandes obras em que os resultados superam as expectativas, há um ponto em comum: alguém que soube unir técnica e humanidade. Alguém que viu mais do que tarefas — viu pessoas.
A construção civil precisa de engenheiros. Mas as equipes precisam de líderes humanos.
Pergunta para você refletir: Que legado você quer deixar na vida das pessoas que trabalham com você?
Rogerio Cardoso
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