Necessidade da engenharia brasileira em aplicar Lean Construction e gerar de fato PRODUTIVIDADE
Vou iniciar este artigo contando uma parte muito pequena da minha história no mundo da construção civil entre o início do meu estágio como estudante de engenharia em 1979, já no 2º ano do curso de engenharia civil na cidade do Rio de Janeiro. Naquela época, me lembro de como se usava bastante a madeira comum (era de pinho e o estado PR era o grande fornecedor para o RJ e SP) para confeccionar formas a ser usadas como recurso na execução das estruturas de concreto dos edifícios e outros tipos de obra.
Me lembro muito bem dos grandes desperdícios de madeira, pois o reaproveitamento era de uma a duas vezes no máximo. Gerava um grande volume de resíduos com pregos e também com alto risco quanto a segurança do trabalhador. As obras erma muito desorganizadas e sujas.
Naquela época a preocupação com “desperdícios, produtividade e eficiência” no uso dos recursos era quase nenhuma. Para se ter ideia, os elevadores de carga vertical ainda eram construídos com madeira e somente a plataforma era metálica e evidentemente o sistema de elevação.
Algumas empresas fornecedoras do segmento da construção civil, começaram então à estudar e lançar novos sistemas que pudessem diminuir os desperdícios nos processos de construção e aumentar a produtividade.
Um deles, foi o sistema de formas para estrutura de concreto incluindo o escoramento. A Gethal Formas (RS) foi uma das empresas que desenvolveu o madeirit plastificado (com alto nível de reaproveitamento) e com uso de escoras metálicas estudas para facilitar a retirada e manter o re-escoramento das lajes maciças de concreto. Eu trabalhei nesta empresa como estagiário e aprendei muito sobre os sistema de forma.
Também nesta época, começou a aparecer os primeiros fornecedores de argamassas pronta para assentamento de azulejo. Ele era colado com pasta de cimento em um modelo muito arcaico. Precisa ficar imerso em água para permitir uma boa aderência. E em função das falhas de gestão, esta atividade gerava grandes problema de qualidade no assentamento. A quantidade de descolamento de azulejo era grande, sendo uma das consequência da falta de um modelo de gestão de obras e que deixava de gerar qualidade nos processos de produção.
Porém, quando se fala que um dos principais processo da Lean Construcion, é o PCP ou seja, Planejamento e Controle da Produção que é um modelo de gestão e existe aí, uma grande lacuna na gestão de engenharia dos canteiros de obras no Brasil, principalmente na construção das unidades residenciais. Esta metodologia precisa ser conhecida, praticada e difundida em nossa engenharia
Os pesquisadores da Lean Construcion (IGLC-1992) diz que, 60% a 70% dos resultados de produtividade e eficiência é resultado da aplicação correta do PCP, 20% a 30% dos resultados vem dos processos de logística e transformação (produção), de 0% a 10% vem na formatação do produto com uma visão mais de engenharia e produtividade. Sem o conhecimento e aplicação de forma determinada desta metodologia de gestão pela engenharia, o profissional e a empresa não conseguirão se manter em mercado tão competitivo.