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A engenharia brasileira peca pela deficiência de metodologia em gestão de obras


Inicio este artigo, falando sobre o grande volume de obras que o país produziu entre os anos de 2009 e 2014, gerando um desperdício enorme de tempo e recursos. As empresas de construções imobiliárias de grande porte, principalmente do estado de São Paulo, percebendo o início de um grande ciclo no segmento da construção de unidades residenciais, começaram a buscar mercados fora de estado de São Paulo para ampliar as vendas imobiliárias, inclusive inflacionando os preços de terreno.

E para bancar este crescimento de mercado com novas oportunidades de negócios, as grandes empresas, principalmente de São Paulo deram passos na direção de abrir as empresas e colocar ações no mercado de capitais, ou seja, na Bovespa. Na visão simplista de grande parte destas empresas, pensaram que era somente obter recursos financeiros com a abertura de capital, comprar terrenos em outras cidades do Brasil e terceirizar à empresas de engenharia em construção e estaria resolvida esta questão. Seria simplesmente: lançar o produto, vender, construir e entregar aos clientes embolsando os lucros.

O que aconteceu na verdade?

Uma grande parte destas empresas, não conseguiram entregar o que vendeu aos seus clientes no prazo contratual, muitas vezes estourando o prazo legal de seis meses após o prazo previsto inicial de entrega ao cliente. E veja a decepção de quem comprou o imóvel para morar, muitos iriam se casar dois ou três meses antes da entrega para depois mudar. E uma boa parte não aconteceu assim. Sem entrar em detalhes dos grandes prejuízos financeiros (muitos milhões de reais) que as grandes empresas tiveram entre os anos de 2011 e 2015. Os preços das ações na bolsa despencaram e estas empresas tiveram que encolher para não quebrar de vez.

E porque estas empresas atrasaram a entrega de seus imóveis e perderam muito dinheiro?

Resposta simples. Na minha visão e experiência de mais de 32 anos de trabalho focado na gestão de grandes obras, totalizando mais de 1.000.000 m² executados e todos entregues rigorosamente no prazo acordado com os clientes, faltou metodologia de gestão das obras e engenheiros qualificados para responder a estas necessidades da engenharia brasileira. E aqui reforço à engenharia brasileira através de seus engenheiros, de que precisamos caminhar rapidamente na direção de estudar, utilizar os conceitos e prática da Lean Construction e assim poder revolucionar a produtividade e eficiência em nossos canteiros de obras.

A engenharia brasileira precisa sair do comodismo, de que “as obras sempre foram feitas assim” e que as empresas ainda podem continuar a ganhar dinheiro neste mesmo modelo arcaico de construir, jogando fora através dos desperdícios os recursos disponíveis e não colaborando com o aumento da renda per capita do Brasil que deixa de gerar um padrão de vida melhor ao brasileiro.

Abaixo um exemplo de uma obra sem metodologia e outra obra com metodologia Lean:

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