Se Fosse uma Empresa, o Governo Já Teria Quebrado: O Aumento do IOF e o Déficit de Gestão Pública
- Rogério Cardoso
- 26 de mai.
- 3 min de leitura
1. O Governo e Seus Clientes Cativos: Quando o Pagador Não Tem Escolha
Imagine uma empresa que presta serviços essenciais, como saúde, segurança e educação. Agora imagine que essa empresa nunca corta custos, não mede resultados, e, quando falta dinheiro, simplesmente aumenta os preços. Parece inviável? Pois é exatamente assim que o Governo Federal opera. Com o recente aumento do IOF por decreto, o contribuinte mais uma vez viu a conta crescer, sem direito a questionar ou optar por outro "fornecedor".

A diferença é que, na vida real, o cliente insatisfeito pode mudar de prestador. Mas no sistema público brasileiro, os cidadãos e as empresas são clientes cativos: pagam, mesmo sem retorno proporcional. E não há atendimento ao cliente, pesquisa de satisfação ou nota no Reclame Aqui. Há apenas a obrigação de pagar.
2. Receita Sem Controle: A Solução Fácil de Quem Não Enfrenta o Mercado
Quando uma empresa enfrenta queda de receita, a primeira atitude responsável é reavaliar despesas, cortar excessos e buscar eficiência. No setor público, a lógica é invertida. O governo gasta além do que arrecada, não consegue conter despesas correntes, e ao invés de buscar soluções estruturais, adota o caminho mais simples: aumenta impostos. A medida provisória que elevou as alíquotas do IOF é um retrato dessa facilidade.
Não há esforço visível de modernização da máquina pública, revisão de privilégios, digitalização de processos ou meritocracia nos serviços. O Estado continua operando como se estivesse em outro século — mas cobra como se fosse uma multinacional de alta performance.
3. A Realidade do Cidadão: Cortes na Carne, Juros Altos e Equilíbrio Forçado
Enquanto o governo resolve sua insuficiência financeira com uma simples assinatura presidencial, o cidadão comum e o empreendedor vivem outra realidade. Quando a conta não fecha, a solução é dolorosa: cortar lazer, repensar compras, adiar sonhos e evitar ao máximo cair no crédito bancário, onde os juros podem beirar o surreal.
O cidadão corta na carne. Já o governo, não se aperta. Ao contrário, impõe ao pagador do imposto — que já carrega um dos sistemas mais complexos e onerosos do mundo — mais um fardo. E o faz em nome de um ajuste fiscal que nunca vem acompanhado de compromisso real com a gestão.
4. E Se o Governo Fosse Uma Empresa? A Falência Seria Iminente
Se o Governo Federal fosse uma empresa e seus ministros fossem gestores avaliados por resultados, já teriam sido demitidos. Os balanços mostrariam déficit crônico, crescimento de passivos, falta de transparência e baixa produtividade. A “empresa Brasil” estaria em recuperação judicial — e seus acionistas (os contribuintes) estariam fugindo.
Mas como o governo detém o monopólio do poder e a prerrogativa de legislar, tributar e gastar, segue em operação. O problema é que esse modelo transfere a ineficiência pública diretamente para quem trabalha e produz. E enquanto não houver uma cobrança firme por parte da sociedade — por transparência, controle e responsabilidade — o ciclo se repete: descontrole em cima, sacrifício embaixo.
Conclusão e chamada à reflexão
Precisamos deixar de aceitar o aumento de impostos como solução padrão. Gestão responsável começa por dentro. Se o cidadão pode e deve equilibrar o que ganha com o que gasta, o governo também pode — e deve. Porque quem paga essa conta está exausto de ser tratado como um cliente sem voz.
Rogerio Cardoso
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