LIDERANÇA – Descobrindo o que é Prioridade
Comecei a avaliar como estava investindo o meu tempo. Sabia que precisava priorizar minha agenda, por isso comecei a fazer a mim mesmo essas três perguntas: 1. “O que me oferece mais retorno?” – 2. “O que é mais gratificante?” – 3. “O que exige de mim?”. Nem sempre conseguia as respostas a essas perguntas com facilidade. Quando se está no início da carreira, a pergunta mais fácil de responder geralmente é aquela concernente às exigências. Se você dispuser de uma descrição de sua função, é capaz de exercê-la sem dificuldades. No entanto, a maioria das pessoas só começa a compreender de fato o que proporciona maior retorno ao esforço empreendido depois que chega na casa dos trintas anos – à vezes, até mais tarde na vida. E o que é mais gratificante para uma pessoa geralmente muda de acordo com o período da vida.
Conforme continuava trabalhando, pensando e me desenvolvendo, aos poucos descobria as respostas àquelas três perguntas. O princípio a me nortear era o de que o propósito de todo o trabalho é gerar resultados. Se eu quisesse, de fato, cumprir meus objetivos e me tornar uma pessoa produtiva, precisava trabalhar com previsões, estrutura, sistemas, planejamento, inteligência e um propósito sincero.
Durante aquele período de minha vida, deixei de fazer muitas coisas para me tornar um líder de poucas. Para processar essa mudança, foi necessário tomar cinco decisões que me ajudaram ser mais focado e produtivo.
1. Decidi que não precisa saber de tudo
Algumas pessoas acreditam que os grandes líderes dispõem de todas as respostas. Isso não é verdade. Líderes de sucesso não sabem de tudo, mas conhecem as pessoas que possuem as respostas. Se você me fizer uma pergunta relaciona a minhas organizações cuja resposta desconheço, sei indicar a pessoa certa para responder. Se me perguntar alguma coisa sobre a minha profissão, é possível que não saiba a resposta, mas basta eu ligar para uma ou duas pessoas e consigo falar com alguém que tem a informação necessária.
2. Decidi que não precisava saber tudo antes dos outros
A maioria das pessoas possui o desejo forte e natural de estar “por dentro de tudo”. É por isso que as revistas de fofocas e os jornais sensacionalistas vendem tanto. Quando de trata de suas organizações, os líderes também querem estar por dentro de tudo. Nenhum deles gosta de ser pego de surpresa. No entanto, bons líderes não podem querer dominar tudo quanto acontece na organização, e nos menores detalhes. Se agirem assim, perdem a perspectiva e a capacidade de liderar. Qual é a solução? Chegar a conclusão de que não há problema algum em não ser o primeiro a saber de tudo.
Na organização, os problemas devem sempre ser resolvidos nos níveis mais básicos. Se todo o problema demanda primeiro a decisão dos líderes, levará uma eternidade até se chegar à solução. Além disso as pessoas da linha de frente geralmente são as indicadas para oferecer as melhores soluções, seja numa fábrica, numa guerra ou numa instituição de caridade.
3. Decidi escolher alguém para me representar
Todo o líder aprende a importância de não se limitar a agir para cumprir a visão e começar a selecionar e capacitar outras pessoas a fazê-lo. Quem não aprende essa lição nunca chega a ser um líder eficaz. Contudo, nem todos os líderes dão o passo o seguinte (e difícil), que é permitir a outros assumir esse papel de representante da liderança. Porque isso acontece? Porque essa iniciativa exige um nível ainda mais profundo de confiança nas pessoas. Se alguém não representa bem o líder, não cumpre bem este papel ou toma alguma atitude antiética em nome daquele a quem representa, essa atitude se reflete na vida pessoal do líder e pode manchar sua reputação.
4. Decidi focar meus pontos fortes, e não dispender energia nos meus pontos fracos
Metade da inteligência de uma pessoa é ela saber em que área ela é ignorante. Para ser um bom líder, você precisa conhecer, bem seus pontos fortes e suas fraquezas. Lí o texto a seguir no Gallup Management jornal, diz o John:
“A descoberta mais reveladora (sobre os grandes líderes pesquisados) é a de que os mais eficazes são dotados de uma forte noção de seus pontos fortes e de suas fraquezas. Eles sabem quem são – e quem não são. Não procuram ser tudo para todos. A personalidade e o comportamento deles são os mesmos tanto em casa quanto no trabalho. São pessoas autênticas. Essa ausência de fingimento que nos ajuda a interagir com os outros tão bem.”
5. Decidi assumir o controle das coisas que ocupavam meu tempo e minha atenção
O último grande passo que dei para me manter focado nas prioridades foi assumir o controle de minha agenda. Não foi uma tarefa fácil. Gosto de ajudar as pessoas e nos primeiros anos de minha carreira, outras pessoas costumava determinar minha agenda
e enchê-la de compromissos. Então certo dia, percebi que não poderia cumprir o meu propósito se tivesse de cumprir o propósito dos outros para sempre.
Todo líder é muito ocupado. A questão não é se agenda dele ficará lotada ou não, mas quem se encarregará disso. Se não assumir o controle de sua agenda, outro sempre o farão em seu lugar. Se você agir da maneira como agi terá de mudar a forma de escolher o que faz, focando sempre no que é prioridade, porém focando sempre nas atividades de grande importância e não urgentes.
Fonte: John C. Maxwell
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